quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O Inevitável - O almoço (parte 4)



Parte 1    -    Parte 2       -    Parte 3


No dia seguinte ele acorda, mas não se levanta logo. Fica deitado por alguns instantes pensando no dia cheio que teria pela frente. Logo ela surge na sua mente e ele pensa nos últimos momentos que têm passado juntos. Ele sorri enquanto se lembra de tudo. A hora! Dá um pulo da cama, toma um banho, se arruma, toma um rápido café e pega um pequeno caderno de anotações sobre a mesa do. Havia marcado com a sua namorada um almoço às 12:30. Pega o caderno e vai lendo o conteúdo para si em voz baixa enquanto vai para o trabalho.
Amanheceu há muito, mas ela também retarda a levantar. Pensa em qual roupa vestirá no almoço. Nada lhe agrada, exceto uma saia azul petróleo de cintura alta com alguns botões bem charmosos ao lado. Rapidamente ela agarra a saia e vai para frente do espelho colocando-a na frente para ver como ficaria. Gostou. Volta ao guarda roupa para pegar uma blusa branca. Pela manhã não arrumou nada na casa. Sentou-se na sala, fez as unhas e pintou-as de rosa. Lavou os cabelos, deu uma limpada nas sombrancelhas e tudo mais que uma mulher adora fazer para se sentir melhor e mais bonita. Era exatamente como ela se sentia, muito bem consigo mesma, pelo menos hoje.
O dia passa rápido para os dois. 12:30 e o sol estava vigoroso nesse início de tarde, dessa vez é ele quem chega antes na praça. Espera por não mais do que eternos 5 minutos quando alguém lhe cutuca o ombro por trás. Ele se vira e lá está ela parada com seu belo sorriso, segurando a saia com as duas mãos, balançava de um lado para o outro e sorria, e sorria, e sorria. Uma cena dessa não teve outro efeito sobre ele senão roubar-lhe o fôlego por muitos segundos. O coração ficou irreconhecível, batia aceleradamente. Sua boca ressecou e seus olhos percorreram-na de cima abaixo. Ela tinha o cabelo preso como um rabo de cavalo. Ele gagueija algumas palavras parecidas com: “nossa...você está...maravilhosamente adorável!”. Ela se aproxima mais e diz: “você está...com a boca ressecada.” lhe rouba um beijo, um abraço e sussura no ouvido dele: “obrigada, você também está lindo. Adorei seu corte de cabelo e o seu perfume é uma delícia”
Eles ficam ali na praça por mais alguns poucos instantes e ele decide levá-la para almoçar. Na porta do estabelecimento, que realmente parecia bem refinado, ela exclama: “hum, bem que você disse que o local era bom!”. “Eu disse, viu?”, ele responde. Um homem muito bem vestido os recebe e os encaminha até um local muito bonito. O ambiente era muito agradável, ao fundo ouvia-se uma música clássica bem baixinha. Ela reparava cada detalhe. Ele estava bem concentrado, talvez até um pouco nervoso.
- Está tudo bem? -  Ela pergunta.
- Han?...ah, sim..está tudo bem.
- Está preocupado com a hora?
- Não...está tudo bem. Falei com o patrão que eu ia precisar de algumas horas para resolver alguns problemas. Vamos poder comer com tranquilidade.
O garçon traz o menu, ele o abre numa determinada página e parece nem ter lido quando faz o pedido. Ela estranha, mas como eles estão bem, ela prefere não comentar para não estragar o momento. “Vou ao banheiro”, ela diz. Entra, ajeita o cabelo, retoca a maquiagem, arruma a roupa. Uma última conferida. Ela sai, caminha de volta para a mesa e o vê sentado guardando um caderninho no bolso. Eles conversam por alguns minutos. Trocam carinhos. Ele lhe diz algumas coisas bonitas e ela se enche de alegria. A comida chega. Eles comem e vão conversando sobre a vida. Terminam o almoço, ele olha para o relógio, faz um sinal para o garçom como quem pede a conta. “nossa, amor, isso vai sair meio caro, neh?”. Ele sorri.
Não mais do que de repente ouve-se um som de violino tocando e ficando cada vez mais próximo. Ela olha por trás dos ombros dele e um sujeito tocando caminha em direção a ela. Mas passa. Seu coração começa a bater rapidamente. Estranho, por um momento ela pensou que...não, ela se enganou. Todos no local observam o sujeito com pinta de francês caminhar pelo salão ao toque do seu próprio violino até que novamente ele se aproxima do casal e para. O francês olha para ele e dá uma piscadinha, vira-se para ela e diz: “mademoiselle”. Todos olham para eles. Alto, o som do violino docemente envolve a todos. Do nada surge um homem com lindas flores e repete a frase do violonista enquanto entrega-lhe as lindas flores: “mademoiselle”. Ela olha para ele surpresa como quem espera uma justificativa para tudo aquilo.
Ele só sorri. O som do instumento abaixa e logo ele se levanta, põe a mão no bolso e tira uma caixinha. Ela parece ter visto um fantasma, fica branca e de boca aberta olhando para a mão dele. Ele contorna a mesa, para ao lado dela, ajoelha-se, abre a caixinha e diz: “Oficialmente eu peço a sua mão em casamento. Você é a mulher mais maravilhosa e linda que há. Tudo o que eu quero é passar o resto da minha vida com você”. Seus olhos pareciam estar brilhando mais do que o normal, eram pequenas lágrimas que pareciam surgir, mas ele as segurava com certeza. Ele coloca a aliança na mão dela que, ao contrário, não contém as lágrimas.
Depois de alguns instantes abraçados e lágrimas secadas, ela pergunta no ouvido dele:
- Afinal, o que é mademoiselle?
- É senhorita em francês - e ele lhe responde rindo.

sábado, 6 de agosto de 2011

O Inevitável - Você é simplesmente você. (parte 3)




Parte 1    -    Parte 2     

Na manhã seguinte, ela não acreditava no que havia ocorrido. Depois de acordar, ela foi ao banheiro tirar todos aqueles produtos para a 'saúde da pele' (era o que diziam os rótulos dos produtos de rejuvenescimento, que não faltavam na prateleira do espelho do seu quarto). 

Ela alimentou o gato e até falou com a plantinha que fica na janela. Dirigiu-se ao espelho do banheiro, olhou para si mesma por um tempo e declarou: "você está péssima hoje, minha filha. Vamos dar um jeito nisso agora”.
Na hora do café: uma torrada. 
- Você precisa perder uns 5Kg, querida, repetia para si mesma. Mas ela estava bem. Ela era bonita e seu namorado sabia disso. Ele gostava dela do jeito que ela era. 

O telefone toca e seu coração dispara. Seu rosto ficou quente. 
- Deve ser ele. Não. Tem de ser ele! Pensou. 
Sai correndo para o quarto, pula em cima da cama, pega o celular, e logo vê quem era. Acertou na mosca, era realmente ele. 
O que era uma leve batida de coração, quase se transformou numa arritmia cardíaca, agora. Ela respira e atende:
- Alô...quem fala? – dissimuladamente, muda a euforia de antes.
- Oi, querida. Sou eu. responde ele.
- Ah! Oi, meu amor. Nossa, que surpresa. Nem esperava que fosse você. Está tudo bem? Ela mentia mentia mal.
- ...não –  responde ele secamente.
- O que houve, amor? – Nesse momento, o coração dela praticamente parou de bater. Todo o barulho que antes a rodeava esvaiu-se. Sua barriga revirava-se e a sua voz mudava de um agudo estridente para um grave funéreo. 
- Responde, amor. O que houve?”, ela continuou.
- Querida, eu não sei como te falar isso...é que...
-Amor...
- EU ESTOU COM MUITA SAUDADE DE VOCÊ! – Gritou ele do outro lado da linha e logo tratou de gargalhar. Isso causou uma irritação profunda nela.
-  Você está ficando maluco? Você imagina como eu fiquei por causa dessa sua brincadeira de mal gosto?...
Essa brincadeira rendeu vários minutos de bronca a ele. Depois de ouvi-la por um tempo, ele conclui:
- Te Amo, querida. Muito, muito, muito! Tá?
- Tá, seu sem graça. – dizia ela fingindo ainda estar irritada depois de uma declaração como essa. 
- Preciso desligar, tenho um monte de coisas para resolver aqui. Só parei um pouquinho para te ligar.
- Ah, já vai? – mudava novamente a voz para alguma coisa parecida com a de alguém que não se fala há muitos anos. – Tudo bem, então. Nos vemos hoje ainda?
- Hoje? Acho que não vai dar. Tenho que resolver alguns problemas da empresa e vou sair daqui um pouco mais tarde, mas amanhã nós podemos sair para almoçar. Pode ser?
- É, tudo bem...pode ser. Então, nos vemos amanhã no almoço. 

 Assim, trocaram mais algumas poucas palavras e desligaram. Um telefonema, apenas um telefonema fez uma mudança radical no dia dela. Depois dele, tudo estava mais vivo na casa. Arrumá-la tornou-se um prazer, ou quase. Seu ânimo certamente ajudou a resolver as tarefas pendentes. Após o almoço, ela decidiu dar uma volta na rua e tentar achar alguma roupa interessante que servisse para o almoço do dia seguinte.
Usando uma calça jeans, um All Star branco e uma blusa lilás, manualmente personalizada por ela, sai pela rua como quem não tem rumo na vida. Olha o comércio, conversa com os vendedores, vai na feirinha de bijuterias. Nada lhe interessava. Um sentimento de frustração começava a brotar no peito. Fica triste, mas rapidamente soluciona o problema: uma barrinha de chocolate meio-amargo. Não custa nada, só um pedacinho, e lá se foi a barra inteira. Senta-se num banquinho que havia perto da feirinha da praça.
A tarde começava a cair. Enquanto observava o lugar arborizado e tranquilo que havia no meio da cidade, ele começava a surgir na mente dela. Um homem que a fazia feliz. 
- Um companheiro, alguém que vai estar sempre do meu lado quando que eu precisar. Ela pensava nisso quando o seu telefone tocou na bolsa. Era ele.
- Oi, amor. – ela atendeu meio tristonha.
- Oi, Querida. Tudo bem? Que voz baixinha é essa?
- Poxa, eu queria tanto comprar uma blusa ou alguma outra coisa para usar amanhã, mas não achei nada de interessante.
- Ah, não tem problema, querida. Você está sempre linda, até feia você é linda! - Exclamou ele. O sujeito sabia como deixá-la feliz.
- É por isso que eu te amo, querido.
- Porque eu minto bem?, ele disse – ela ria ouvindo isso.
- Não! Porque você é simplesmente você. Mas então, você que me ligou. Me conta, qual é a novidade?
- Ah, é mesmo. Já tinha até me esquecido. É sobre amanhã. Eu descobri um lugar muito legal para nós comermos. Dizem que ele é excelente...E eles conversaram sobre o assunto enquanto ela caminhava até sua casa.
- Então tá, amor. Não quero te atrapalhar aí. Amanhã nos encontramos 12h na praça como o combinado. Bom trabalho, tá? Beijos.
- Tá bem, querida. Até amanhã. Beijos.
Antes de dormir, quando já estava deitada, ela recebe um torpedo: “Te amo. S2” e responde: “Também te amo. =D”.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Inevitável - O encontro (parte 2)





- Alô, me desculpe, mas eu estava na cozinha...alô, tem alguém na linha?
- Humm...oi, sou eu. E....tudo bem por aí?
- Bem...eh, digo, sim...está tudo bem. E com você?
- Olha, para ser bem sincero contigo, mais ou menos.
- Nossa, eu imaginei que não estivesse. Mas...será que poderíamos conversar uma outra hora? É que agora eu estou um pouco ocupada, na verdade, muito ocupada.
- Olha, tudo bem, continuou ele, eu não quero te atrapalhar. Um outro dia nós conversamos, quem sabe, né? Até mais.
- Não, espere. Eu...ela dizia, mas já era tarde. Ele já havia desligado o telefone.  
- Eu estava fazendo um jantar...(ela completou baixando a voz até parecer um sussurro).

Passou a noite, mais uma vez. Nada acontecia. O fato de ela não querer falar com ele não o perturbava, isso já era esperado. Até que, no meio do seu sono, o celular dele toca. Era uma mensagem, mas ele não a ouviu.
Amanhece um dia nublado e sua rotina recomeça. Quando volta do exercício, decide olhar o celular. Desligado, bateria fraca, provavelmente. Então, coloca-o para recarregar enquanto toma banho e se arruma para ir trabalhar. 
Ele está atrasado, por isso se penteia o mais rápido possível, pega as chaves de casa, a carteira e sai. No meio do caminho, ele decide ligar o celular, mas percebe que o esqueceu recarregando em casa. Reflete por um momento e pensa:  já estou atrasado mesmo, não fará diferença perder mais alguns minutos.
Em casa, abre a porta, pega o telefone e liga enquanto desce as escadas. Uma mensagem não lida. Ele a abre e lê: “Desculpa não ter falado com você direito ontem, mas eu fiquei muito surpresa com o seu contato. Se você ainda quiser conversar, me encontre 12h na praça. =D”. 

Ele não disfarçar sua ansiedade diante daquele convite inesperado. Todos no trabalho reparavam que ele estava inquieto naquele dia. Onze horas, marcou o seu relógio. Nunca uma manhã foi tão longa na sua vida. Ele vai ao banheiro, lava o rosto, observa-se por um instante, balbucia algumas palavras para sua imagem, como quem treina algum discurso. Aproxima-se do espelho, olha-se nos olhos, levanta uma das mãos, aponta o dedo indicador para a imagem do homem que está bem na sua frente e diz: “você consegue!”.

Meio-dia, sua hora de almoço, finalmente. Ele sai do prédio apressadamente. 

- A praça não é tão longe, ele pensa. 

Caminha por alguns minutos e chega ao local. Ela estava sentada num banco de madeira lendo uma revista de moda, não o tinha visto ainda. Ele ajeita suas roupas, passa a mão nos cabelos, endireita sua postura e caminha em direção ao banco. 

Ela o vê, finalmente, guarda a revista na bolsa, espera ele se aproximar um pouco mais e levanta-se. Ele para bem na frente dela, e a encara por alguns instantes. Ela está de braços cruzados e o fita bem nos olhos. Começa a chuviscar. Ela olha para cima e abre um sorriso.

Ele toma a iniciativa e começa a falar: “Olha, eu só queria dizer que...”, mas ele acaba sendo interrompido pela surpresa de abraço apertado dela em seu peito. 

Ele não sabe bem se são lágrimas ou pequenas gotas de chuva que escorrem pelo rosto dela. 
- Eu te amo, ela diz. 

Ele a abraça, alisa-lhe os cabelos e diz: “me perdoe. Eu errei quando...”. Sem mais palavras. Ela o beijou em meio às lágrimas, ou chuva, não fez diferença.

Então, ele se lembrou da caneca de café que tomou pensando, sem sucesso, que faria o efeito desse beijo. 
- Fracasso total aquele café. Não tem comparação, ele diz. 

 Ela não entendeu nada, mas ele a abraçou com mais amor do que nunca, e os dois se abraçavam fortemente  enquanto a chuva caia e molhava-lhes não apenas o corpo, mas a alma também.

A água que descia sobre eles parecia lavar suas mágoas, levando todas elas embora.

O inevitável - O início (parte 1)





Numa noite dessas, das mais comuns, nada acontecia para que pudesse diferenciá-la das outras passadas. Ele levanta da cama. Tentou dormir, mas seus pensamentos não permitiam que ele sossegasse. Anda de um cômodo para o outro, abre a geladeira, enche um copo de água e fica olhando por um instante. Bebeu da água e desejou que fosse a boca quente dela em vez do vidro gelado em seus lábios. Gelada, a água desceu por dentro dele e, sem saber explicar como, parecia que ela ia direto para o seu coração.
Ainda não amanheceu. O pouco que conseguiu dormir foi o suficiente para lhe dar forças e sair da cama. A preguiça travou uma luta, mas ele logo come alguma coisa, põe uma roupa leve, um tênis e sai para correr. Volta cansado e desgastado, mas não da atividade. A corrida não conseguiu livrá-lo dela, seu cansaço era o de tentar tirá-la da sua cabeça. Tentativa frustrada. Ainda é cedo, o sol se mostra tímido no horizonte. O exercício lhe deu fome. Ele prepara uma caneca de café bem quente e bebe calmamente. Pensou que o café poderia aquecer seu o coração assim como a água o gelou, equivocou-se. Não funcionou. Ele se arruma para ir tabalhar.
Seus colegas de trabalho olhavam para ele como se estivesse mal arrumado ou sujo. Algo estava errado, pensou ele. Foi ao banheiro, olhou-se no espelho e então percebeu que não havia nada de errado com suas roupas. Tudo estava em seu devido lugar, os sapatos pretos brilhando, sua blusa bela e sua gravata com um nó impecável. Na verdade, eram seus pensamentos que estavam fora de ordem, e lá estava ela, até no trabalho. Perseguia-o em todos os momentos.
Ele chega em casa, senta no sofá, liga a TV e assiste ao canal, qualquer canal. Ele nem sabe o que está passando. A TV acaba sendo a telespectadora dele. No seu pensamento? Bem, não é difícil adivinhar qual era a programação que passava. Ao fim de muitos minutos fora do ar, ele retorna a si. Levanta e toma um banho demorado. O barulho do chuveiro lhe lembrava a chuva, o dia em que eles se conheceram. Sai do banheiro, desliga a TV, pega o telefone, senta-se no chão da porta que divide a sala da cozinha e encosta-se. Um pé ficou na cozinha e o outro na sala. Ele olha por alguns segundos para o telefone. Depois de um dia inteiro tentando livrar-se dela, não seria agora que ele iria conseguir, então, é melhor eu ligar logo, pensou ele.
Discou o número dela. O telefone chamou demoradamente até que alguém atendesse, a voz de uma mulher do outro lado da linha diz: alô ... [Leia a continuação.]

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Uma ideia cinza...



Uma das definições de ideal, segundo o dicionário Houaiss é: ‘relativo a ideia; que só existe no pensamento’. Colocar-se a pensar é trazer à mente aquilo que lhe é próprio, ou seja, ideias. Delas o mundo está cheio e a minha cabeça não foge dessa afirmativa. Quando me pego pensando, decido não por limite naquilo que me vem à mente. Só penso. Só idealizo. Não importa o quão improváveis possam parecer as imagens que se formam ou quão desarranjadas são as músicas que ficam pairando em torno daquilo que  ainda é informe.
Não são planos, não são projetos. São apenas pensamentos que existem naquele momento passageiro. Passageiro se torna o momento e em passageiro eu me transformo ali, sentado, contemplando, vivendo e sonhando. Surge, de repente, o desenho do seu rosto, embaçado e cinzento, uma silhueta, nada mais. Logo se esvai. Consigo, você leva tudo o que havia de mais colorido, de mais engraçado e de mais amável em mim. O que restaram foram apenas cinzas cores deformadas pela sua ausência.
Não era esperada a sua presença, não agora. Uma surpresa maravilhosa, embora devastadora. Nada mais é como antes. Agora, tudo é condicionado por você. Sem querer, você roubou o que eu tinha de infinito e improvável. Tudo o que era música e ritmo, meu coração também ficou sem. Não posso conceber mais sem pensar em você. Não te tenho, mas você já me tem. Que fique claro, eu não entreguei meu coração, você foi quem o roubou e, sinceramente? Não espero que você o devolva.



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