Saudades de você

Um céu azul...o sol brilha forte lá fora. Dia lindo, com certeza. Pela janela, a brisa da manhã passa e faz a toalha da mesa balançar. Fecho os olhos e respiro fundo. O cheiro da grama molhada lembra-me a infância. Encho uma caneca com café, levanto-me e vou até a janela.

O vento faz as árvores do jardim balançarem suavemente. A varanda torna-se um local irresistível. Sento-me no canto banco. Evito olhar para o lado, mas não resisto e, ao virar-me, você está gargalhando por alguma coisa eu lhe disse. Seu sorriso lindo fazia todo o resto em volta ficar mais engraçado. Eu ri, mas apenas por pouco  de tempo.

Logo que a memória daquele momento foi embora, você também me deixou. Tudo bem...nada melhor do que um tempo lindo como esse para distrair-me. Tentei convencer-me dessa mentira por um tempo. Mas, o dia lindo só me faz lembrar você.

Deito-me com a cabeça exatamente onde seu colo deveria estar. Bem, o banco não é tão aconchegante quanto as suas pernas e nem o vento tão suave quanto as suas mãos em meus cabelos. Adormeci pensando em você.

Acordei enquanto o sol caía no horizonte. A brisa da tarde refrescava o ambiente. Saí para caminhar um pouco. A noite caiu e achei que já era hora de retornar. Entanto dava os passos, pensava em nada; depois, pensei nas coisas da vida; e, quando pensei em você, sorri. 

Rosa

Certa vez, caminhava distraído pela rua. Pensava em você. Passei perto de um canteiro de rosas que havia ao lado de um lindo prédio. Uma rosa em especial me chamou a atenção. Lembrei-me de você imediatamente. Ela Era linda.  

Depois de observá-la por alguns instantes, não consegui deixar de tomá-la e levá-la comigo para a caminhada. Durante muitos minutos me distraí com você, ou com a rosa, não sei, não consegui separar qual era a mais bela e nem qual era a mais cheirosa. Resolvi contar as pétalas.  A flor me deu muitos motivos para sorrir. Comecei a contar quantos motivos você me dava para sorrir. Parei rapidamente...percebi que a conta ia ser muito longa.  

Contar até o fim não era a grande questão. O problema é lembrar que, ao contrário daquela rosa, você não está mais disponível para mim. Não sei o motivo, mas tenho ido à floricultura constantemente. 

Bem, na verdade sei, sim. Sempre vou para encontrar-te, ou as rosas?..não sei...não consigo dizer qual é a mais faltosa. Está bem...eu sei. 

Você, Rosa, 

é a mais cheirosa, 

a mais bela 

e a mais faltosa.

Um beijo, minha flor.

Palavras por Palavras

Há dias em que tudo lhe parece bem, mas há outros em que tudo parece desmoronar. A verdade é que nem tudo entre em colapso. Apenas algumas esperanças, outras expectativas que existiam, digamos, numa realidade que ainda não se concretizou. Afinal, são esperanças; se esperamos, é porque nada está concreto, certo?.... Ok.....Ok...vamos parar com essa lógica barata e passemos à explanação de um pensamento alheio....

Existem situações que lhe trazem pensamentos e sentimentos diversos. Em alguns momentos, escolhemos ficar com aqueles que nos farão sentir-nos melhores, mas sempre há uma alma que se faz excessão, eu sei...almas melancólicas, desacreditadas, presas em si, egoístas e desgostosas da vida. 

Afinal, o que estamos fazendo neste momento? Bem, eu não sei exatamente de mim, mas você provavelmente estará se desanimando de dar continuidade à leitura, perguntando-se: "onde será que ele quer chegar"? Essa é uma pergunta que eu considero justa. Mas a resposta dela eu ainda procuro.

Nos dias em que nos sentimos cativos de algo, precisamos libertar-nos. Então, pode ser essa uma forma de de eu conseguir libertar-me. 

Liberte-se daquilo te prende e seja alguém que você ainda não tentou ser. Desde que seja para melhor, vale a pena tentar. 

Use as ferramentas que você possui. Coloque uma música alta, grite, pegue garfos e bata nas panelas como se elas fossem uma bateria, pegue uma vassoura e finja que está fazendo um solo de guitarra...

Ou sente na sala e escolha um daqueles filmes que te dá vontade de jogar tudo pro alto e virar uma defensora da paz e libertadora dos oprimidos e tal...enfim.

Tenho, ainda, a esperança de que, na medida em que me liberto escrevendo, você se liberte pela leitura. Não que haja aqui qualquer verdade ou tese filosófica, mas há, certamente, alguém que já não é mais o mesmo que começou escrevendo esse desabafo. 

Todos os dias temos a oportunidade de mudar. A questão, agora, é: você está disposto a encarar o que está por vir? Você está disposto a pagar o preço por ela?

Acredite, vale a pena ser livre.